segunda-feira, 22 de julho de 2013

SALMO 133

" Oh! Quão bom e quão suave é os irmãos viverem em união. É como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual escorre pela barba, a barba de Aarão, e que desce a gola de suas vestes.  É como o orvalho do Hermon que desce sobre os Montes de Sião. Porque ali o Senhor ordenou a benção e a vida eterna"

Existe uma história de origem judaica que retrata perfeitamente a mensagem do SALMO 133. Ela conta que dois irmãos, um solteiro e um casado, compraram uma terra e se tornaram sócios na produção agrícola. Combinaram que dividiriam a colheita meio a meio. Porém, um dia, o irmão solteiro pensou: “Não é justo que meu irmão e eu dividamos igualmente os frutos, porque sua família é numerosa. Todas as noites levarei escondido um saco de grãos do meu celeiro para o dele”. O curioso foi que o irmão casado pensou algo parecido: “Não é justo que meu irmão solteiro receba a mesma quantia de grãos que eu, pois um dia meus filhos me sustentarão, ao passo que ele não terá ninguém que o ajude. Vou levar parte dos meus grãos em segredo para o celeiro dele”. Com o passar do tempo, ambos ficaram admirados ao notar que, apesar das suas doações diárias secretas, seus estoques não diminuíam. Mas, certa noite, o mistério acabou, pois os dois se encontraram carregando os grãos para o celeiro um do outro. Ao entenderem o que estava ocorrendo, deixaram os sacos de mantimento cair ao chão e se abraçaram emocionada e demoradamente. Perceberam quão felizes eram por viver em uma união fraternal tão profunda.

O SALMO 133 é de autoria do Rei Davi, e desta forma composto há aproximadamente mil anos antes de Cristo. O SALMO não apresenta traços de sofrimento, perseguição, divisão e nem mesmo de adoração, ele enfatiza a união entre irmãos. Esse detalhe leva a crer que o SALMO tenha sido composto na época em que se deu a união dos dois reinos, Judá e Israel em 1004 a.C.
Assim que Saul morreu (1011 a.C.), Davi foi coroado rei da tribo de Judá, a qual se tornou rival do restante do reino de Israel. Porém, sete anos depois, Davi foi elevado ao status de monarca do reino unido de Israel. O povo era novamente uma só nação, coesa e única, adorando a Deus.  

“OH! QUÃO BOM E QUÃO SUAVE É OS IRMÃOS VIVEREM EM UNIÃO” 
A união a qual o salmista se refere não é simplesmente o encontro numeroso de seu povo durante uma festa, evento ou reunião. Ele ressalta que bom e suave é os irmãos “viverem” em união. Viver não nos remete a algo esporádico ou passageiro. Viver é sentir, é tornar parte integral da vida, não é uma simples circunstância, mas um estado.
O salmista qualifica a "vida em união dos irmãos" como algo "bom e suave". Esses dois adjetivos assumem sentidos mais intensos valorizando a união fraternal como uma dádiva magnífica, preciosa, harmoniosa e benéfica, que ressalta aspectos íntimos como alegria, segurança e comunhão. A conclusão é que não se pode dispensar a bênção da união entre irmãos, sejam eles sanguíneos, compatriotas ou espirituais. 

"É COMO O ÓLEO PRECIOSO SOBRE A CABEÇA".
Aprendemos no Novo Testamento que o óleo era
valioso (Mc 14.5) e útil na apresentação das pessoas, dando-lhes aparência limpa (Lc 7.37,38) e saudável (Mt 6.17,18), além de ser usado como medicamento (Tg 5.14). Nos dias do Antigo Testamento ele era usado como produto fino de beleza nas cortes (Et 2.12), cosmético propício ao amor (Pv 7.17; Ct 5.5), remédio para ferimentos (Is 1.6) e elemento para a consagração de sacerdotes e reis (Ex 30.30; 1Sm 10.1).

"O QUAL ESCORRE SOBRE A BARBA, A BARBA DE AARÃO, E QUE DESCE A GOLA DE SUAS VESTES"
Além dos benefícios naturais do óleo, Davi
associa sua imagem à consagração de Aarão, transmitindo dessa forma o valor e a durabilidade da união fraternal promovida por Deus. 
No derramamento do óleo da cabeça para a barba, da barba para as vestes e, no versículo seguinte, a água descendo a montanha, produz a ideia de que é do alto que a união é promovida na forma de uma bênção.

"É COMO O ORVALHO DO HERMOM QUE DESCE SOBRE OS MONTES DE SIÃO"
Geograficamente, essa descrição é impossível de ocorrer já que o monte Hermom fica no Extremo Norte de Israel, local de onde brota o rio Jordão, e
o monte Sião é localizado em Jerusalém, cerca de duzentos quilômetros ao sul. Além disso, a água que desce do Hermom corre pelo Jordão, mas não pode subir morro acima até Jerusalém. Contudo, o salmista não está pensando em termos geográficos, mas, sim, em termos teológicos.
Nesse sentido, as águas abundantes produzem a ideia do suprimento e do refrigério necessário ao povo, à vegetação e aos animais, sendo providos por Deus. Já Sião, como receptora do orvalho que vem do Hermom, surge como a cidade abençoada pelo Senhor e sede das esperanças israelitas de redenção e de um futuro glorioso.

"POIS ALI O SENHOR ORDENOU A BENÇÃO E A VIDA ETERNA"
Desse modo, Jerusalém, além de alvo das bênçãos de Deus, é também o local de onde o Senhor promoveria redenção espiritual e política para Israel e para as nações.  A comunhão entre os irmãos trazia a cada um alegria, refrigério, socorro e vigor.

Infelizmente essa bela lição foi relegada a segundo plano nos dias atuais. Precisamos reaprender a valorizar a vida em união e o amor fraternal, revelando o sentido da verdadeira unidade e mostrar à humanidade que a Maçonaria é uma autêntica comunidade de construtores sociais.

Fonte de pesquisa:
Bíblia Sagrada
www.igrejaredencao.org.br

  

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